domingo, 21 de outubro de 2012

Angola e as Retóricas Coloniais - Alberto Oliveira Pinto* - Lançamento 25 de outubro de 2012 na Sede da CPLP**

(**) Sede da CPLP - Palácio Conde de Penafiel (Rua de S. Mamede - ao Caldas - n.º 21 em Lisboa
Ver aqui localização.

"Angola e as Retóricas Coloniais reúne parte das intervenções - ensaios, comunicações, artigos, conferências - que o autor realizou durante cerca de uma década e que vieram a preparar a sua tese de Doutoramento em história de África, Representações Coloniais de Angola e dos Angolanos e suas Culturas (1924 - 1939), defendida na faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2010 e publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2012.

Embora todos os estudos aqui seleccionados visem teorizar sobre as representações do “Outro” na retórica, preferencialmente literária, legitimadora do facto colonial, nem todos têm por objecto a análise de obras literárias, além de não se restringirem, nem a autores coloniais portugueses, nem ao caso angolano.

Analisam-se inicialmente duas obras de ficção da literatura europeia do século XIX, uma de Júlio Verne, outra de Emílio Salgari, versando sobre Angola, além de duas obras de banda desenhada do século XX,  uma de Hergé, outra de Jacques Martin, tendo esta última como pano de fundo o que poderiam ter sido Angola e Congo na Antiguidade Clássica. Reflecte-se também sobre os motivos pelos quais o poder colonial erigiu em Luanda, no século XIX, as estátuas de Pedro Alexandrino da Cunha e de Salvador  Correia de Sá, além de se proceder a uma abordagem geral sobre a instituição do Concurso de Literatura Colonial da Agência Geral das Colónias em 1926, ou seja, de como emergiu efectivamente a literatura colonial portuguesa. Confrontam-se, por fim, obras de literatura colonial portuguesa com obras literárias angolanas emergentes da oralidade, nomeadamente as obras de Óscar Ribas.

Inserindo-se no campo teórico da história cultural ou dos imaginários – encarando a cultura como um conjunto de significados e símbolos construídos pelos homens para explicar o mundo, que pressupõe sempre um posicionamento inevitavelmente valorativo –, estes ensaios de Alberto Oliveira Pinto propõem ao leitor um questionamento sobre o facto colonial, encarado não apenas da perspectiva da memória e da história, mas também das realidades contemporâneas que se convencionaram designar por “pós-coloniais” ou, mais concretamente, por neo-coloniais."

in: Angola e as Retóricas Coloniais (2012) Ed. Mercado de Letras



(*) Alberto Oliveira Pinto (Bibliografia gentilmente cedida pelo autor)

Alberto [Manuel Duarte de] Oliveira Pinto nasceu em Luanda a 8 de Janeiro de 1962. Licenciou-se em Direito pela Universidade Católica Portuguesa em 1986. É Doutorado e Mestre em História de África pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde colaborou como docente no Departamento de História. Leccionou igualmente noutras universidades portuguesas.

Como ficcionista publicou os seguintes romances: Eu à sombra da figueira da Índia (Porto, Afrontamento, 1990), Concerto na nespereira (Porto, Afrontamento, 1991), O Saco dos Livros (Porto, Afrontamento, 1991), A Família dos Paladinos (Porto, Edinter, 1991, juvenil), A Canção de Rolando (Porto, Edinter, 1991, adaptação), O Senhor de Mompenedo (Porto, Afrontamento, 1992), O Onagro de Sintra (Porto, Afrontamento, 1994), A Sorte e a Desdita de José Policarpo (Lisboa, Bertrand, 1995), As Filhas do Olho de Vidro (Porto, Civilização, 1996, juvenil), Mazanga (Luanda, INAL, 1998; Lisboa, Caminho 1999) e Travessa do Rosário (Luanda, Chá de Caxinde, 2001). Tem colaboração dispersa em revistas e jornais angolanos, portugueses e brasileiros e está representado em várias antologias.

No ensaio é autor dos livros A Oralidade no Romance Histórico Angolano Moderno (Lisboa, Novo Imbondeiro, 2003), Domingos José Franque e a história oral das linhagens de Cabinda (Lisboa, Novo Imbondeiro, 2004), Cabinda e as construções da sua história (1783-1887) (Lisboa, Dinalivro, 2006; Luanda, Chá de Caxinde, 2006) e Representações Literárias Coloniais de Angola, dos Angolanos e suas Culturas (1924-1939) (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2012), Angola e as Retóricas Coloniais (2012), além de diversos estudos publicados em revistas da especialidade angolanas, portuguesas e brasileiras.


        

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