sexta-feira, 18 de março de 2011

Michael Halliday e Gramática Sistémico Funcional




Imagem daqui.

Segundo Halliday (Halliday, 1973, 1978, 1985, 1994; Halliday & Matthiessen, 2004) e seguidores (Eggins, 1994; Martin, Matthiessen, & Painter, 1997; Thompson, 1996, 2004), ao nos comunicarmos, utilizamos a linguagem realizando três tipos de significados simultâneos:

um ligado ao relacionamento entre as pessoas (Metafunção Interpessoal),
outro responsável pela representação do mundo (Metafunção Experiencial)
e um último que dá à sentença seu status de mensagem (Metafunção Textual).

Neste capítulo,trabalharemos com a Metafunção Experiencial, que está ligada ao uso da língua enquanto representação, o que inclui tanto o mundo externo – eventos, elementos – como o mundo interno – pensamentos, crenças, sentimentos.

A realização dessas representações ocorre através da Transitividade. Thompson (1994: 78)afirma que é importante ter em mente que esse termo tem significados diferentes na
Gramática Tradicional e na Gramática Sistêmico-Funcional (GSF).

Na gramática tradicional, a transitividade é um princípio que parte da presença (ou não) do objeto (direto ou indireto)para classificar o verbo. Entretanto, na GSF, o Sistema de Transitividade tem um sentido muito mais amplo (Thompson, 1996: 78), estando relacionado à descrição da proposição como um todo, o que implica na escolha de processos (elementos verbais) e seus argumentos(Eggins, 1994: 220).
Para Halliday (Halliday; Halliday & Matthiessen, 2004), nesse sistema o falante constrói um mundo de representações, baseado na escolha de um número tangível de tipos de processos(os quais serão descritos mais adiante).

Analisando o exemplo (1) abaixo, podemos observar que, no Sistema de Transitividade, cada proposição consiste de três elementos: 1) o processo (o elemento central), 2) seu(s)participante(s) e 3) circunstâncias, que são de caráter opcional. O processo é representado por um grupo verbal, e é a ação propriamente dita, ao passo que os participantes são, normalmente, representados por grupos nominais, os quais podem realizar a ação ou serem de alguma forma afetados por ela; já as circunstâncias são representadas por grupos adverbiais e sua função é adicionar informações ao processo.

O grande terremoto destruirá a Califórnia a qualquer momento.

O grande terremoto
Participante 01
(que realiza a ação)

destruirá
Processo Material

a Califórnia
Participante 02
(afetado pela ação)

a qualquer momento
Circunstância
(quando o fato pode ocorrer)

No caso do exemplo acima, "o grande terremoto" (participante 01) realiza a ação de "destruir” (processo), a qual recai sobre "a Califórnia" (participante 02), sendo que essa ação é localizada no tempo "a qualquer momento" (circunstância).


Ver o texto completo aqui.

1 comentário:

  1. Ainda tenho dúvidas sobre a metafunção idacional. Não consegui entendê-la.

    ResponderEliminar