quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Relatório McKinsey. Mudar o ensino em menos de seis anos não é utopia




Relatório McKinsey. Mudar o ensino em menos de seis anos não é utopia
por Kátia Catulo in: iOnline

Não importa se um país é rico ou pobre. Não importa sequer se esse mesmo país está no hemisfério Norte ou Sul do planeta. Em qualquer canto do mundo é possível conquistar uma educação de excelência. O ensino de qualidade não é território dos povos industrializados ou das escolas privadas. É antes mérito dos que aplicaram as medidas certas e souberam esperar pelos resultados. E nem é preciso esperar muito. Qualquer sistema de ensino pode ver o seu desempenho mudar em seis ou até menos anos. Esta é a conclusão do estudo "Como os Melhores Sistemas de Ensino continuam a melhorar" divulgado esta semana pela consultora de gestão McKinsey.

Os autores deste estudo analisaram 20 modelos de ensino em várias partes do mundo, e em diferentes estádios de de-senvolvimento. Duas dezenas de sistemas estão organizados neste relatório em quatro grupos - Os fracos, os satisfatórios, os bons e os excelentes (ver caixa). Entre o Gana e a Arménia, entre o Chile e a Polónia, entre Hong Kong e Minas Gerais (Brasil) há muito pouco a unir cada um destes países ou regiões. Não é a riqueza, o modelo político, ou a geografia que contribuíram para que estejam hoje entre os que subiram o rendimento escolar a curto prazo.

Em Long Beach, Califórnia (Estados Unidos), seis anos foram suficientes para subir o desempenho dos alunos de Matemática dos quarto e quinto anos 50% e 75%, respectivamente. Até os sistemas que partiram de patamares mais baixos - como Madhya Pradesh (Índia), Minas Gerais (Brasil) e Western Cape (África do Sul) - obtiveram "melhorias expressivas" nos níveis de alfabetização escrita e numérica num intervalo de dois a quatro anos. Em Minas Gerais, por exemplo, a percentagem de alunos com oito anos no nível "recomendado" de alfabetização subiu de 49%, em 2006, para 86% em 2010.

São só alguns casos que o relatório da McKinsey revela para demonstrar que as melhorias no ensino podem acontecer em todos os sistemas, seja qual for a geografia, a cultura ou o PIB per capita. Os autores do estudo foram conhecer o que é que estes modelos têm em comum e porque é que resultaram.

A formação de professores e de directores escolares foi um passo decisivo que aconteceu em todos os modelos, mas foram sobretudo os líderes políticos que fizeram a diferença. Os governantes que iniciaram as reformas e a geração seguinte de políticos que se comprometeu em prosseguir essas mesmas remodelações são os grandes responsáveis pelas melhorias na educação conquistadas a médio prazo. Seguem-se as receitas para um ensino de qualidade em qualquer lugar do planeta.

1 . O que é comum em todos os modelos

Há metodologias utilizadas na maioria dos sistemas, independentemente da fase de desenvolvimento em que se encontram: a formação de professores e de directores de escolas, a avaliação interna e externa dos alunos, o investimento na construção de bases de dados com todas as estatísticas sobre educação, a revisão de normas e currículos ou as recompensas remuneratórias para os bons professores e gestores de escola são práticas que se estendem a todos os modelos estudados pela McKinsey. Embora as políticas sejam comuns a todos, são aplicadas de forma diferente. A Arménia, por exemplo, está na fase de transição do satisfatório para o bom e recorreu a programas de formação de professores centralizados. Singapura, por seu turno, deixou essa tarefa a cargo dos professores que seleccionaram os conteúdos mais adaptados às suas necessidades. (...)


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