Em 1989, Luanda vivia num vazio cultural e sob o peso do recolher obrigatório resultante da guerra em que Angola estava mergulhada. A Associação Chá de Caxinde foi criada nesse ano como resposta a este cenário.
Chá de Caxinde é não só um nome incontornável na cultura angolana mas também local obrigatório para quem quer respirar e fazer parte do que de melhor se faz em Luanda nos mais variados domínios das artes, do debate e da reflexão.
Hoje, recorda Jacques dos Santos, 68 anos, fundador da Associação, Luanda é uma cidade com múltiplas ofertas culturais. Mas não era assim em 1989, quando, no dia 28 de Janeiro desse ano, reuniu mais oito pessoas, a quem chama de “grupo percursor”, e lançou as bases daquilo que é hoje o Chá de Caxinde.
Os primeiros tempos não foram fáceis. A sociedade de Luanda olhava com alguma desconfiança para uma Associação que se propunha abrir as mentes e estimular os “espíritos” através da cultura. O país estava em guerra. A Associação só conseguiu impor-se junto da sociedade quando partiu para a organização de eventos culturais, que abarcavam a música, a dança ou a literatura. Foi assim que mais gente se juntou à volta desta ideia. “Servir uma feijoada para cerca de trezentas pessoas no Karl Marx, misturando farra com capoeira e poesia. Introduzir modificações substanciais no desfile do Carnaval de Luanda. Realizar o 1º Encontro de Escritores Angolanos na cidade do Lubango. Visitar, no tempo e nas condições em que o fizemos, as ruínas de Massangano. Tudo isto eram actividades que não estavam nas nossas perspectivas iniciais mais optimistas”, confessa Jacques dos Santos.
Surge depois o símbolo da Associação, criado pelo escritor Luandino Vieira, que ganhou um concurso realizado para este efeito. Veio depois a procura das instalações próprias, uma prioridade do primeiro executivo que tomou posse em 26 de Maio de 1990. “Um responsável amigo cedeu–nos umas instalações que nos serviam na perfeição. Depois do papel passado, para surpresa nossa, foi entregue a um cidadão estrangeiro, por ordem e mando de um Comissário Provincial-adjunto de Luanda, sem a gentileza de um aviso ou explicação. Tentámos outros sítios como o velho Atlantic Palace Hotel, o antigo Flamingo, à Praia do Bispo, e as instalações da antiga Estação da Cidade Alta, à Maianga.
Foi então que, com o indispensável apoio do Ministério da Cultura, se retirou dos escombros o velho “Nacional Cine Teatro”, e nos foi cedido este espaço emblemático onde hoje está instalada a nossa sede.
A 28 de Janeiro de 1990, foi assinada a Acta de Proclamação da Associação, subscrita por 100 pessoas”, lembra Jacques dos Santos, que é escritor e foi deputado do MPLA.
Actualmente a Associação possui cerca de 700 associados das mais diversas profissões e grupos sociais que têm em comum a vontade de resgatar, promover, incentivar e divulgar a cultura angolana.
Como já se disse, foi o escritor Pepetela o criador da frase que serve de azimute ao Chá de Caxinde, “Unir pela Cultura”, e também um outro escritor, Luandino Vieira, quem desenhou a “bandeira” da da Associação.
Texto retirado daqui.
Chá de Caxinde:
Capim-limão, também conhecido por Capim santo ou Capim cidreira (Cymbopogon citratus, é uma planta herbácea da família das gramíneas, nativa das regiões tropicais da Ásia, amplamente cultivada na Índia. Cresce numa moita de rebentos (planta cespitosa), propagando-se por estolhos (dizendo-se, por isso, estolonífera), os quais apresentam folhas amplexicaules, linear-lanceoladas. As suas inflorescências são constituídas por panículas amareladas. É também conhecido pelos nomes de capim-cidreira, erva-cidreira, capim-cidrão, capim-de-cheiro, e chá de caxinde (em Angola).
Planta medicinal, usada em medicina popular, sendo, para esse efeito, utilizadas as folhas que, em infusão, têm propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, anti-depressivas, diuréticas e expectorantes, além de ser bactericida, hepatoprotectora, antiespasmódica, estimulante da circulação periférica e estimulante estomacal e lácteo. Os principais compostos químicos a que se devem estas propriedades são o citral e o geraniol, que lhe conferem uma fragrância intensa e agradável que com que seu uso seja difundido em preparações cosméticas e em produtos de higiene pessoal.
Texto retirado daqui
Chá de Caxinde:
Capim-limão, também conhecido por Capim santo ou Capim cidreira (Cymbopogon citratus, é uma planta herbácea da família das gramíneas, nativa das regiões tropicais da Ásia, amplamente cultivada na Índia. Cresce numa moita de rebentos (planta cespitosa), propagando-se por estolhos (dizendo-se, por isso, estolonífera), os quais apresentam folhas amplexicaules, linear-lanceoladas. As suas inflorescências são constituídas por panículas amareladas. É também conhecido pelos nomes de capim-cidreira, erva-cidreira, capim-cidrão, capim-de-cheiro, e chá de caxinde (em Angola).
Planta medicinal, usada em medicina popular, sendo, para esse efeito, utilizadas as folhas que, em infusão, têm propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, anti-depressivas, diuréticas e expectorantes, além de ser bactericida, hepatoprotectora, antiespasmódica, estimulante da circulação periférica e estimulante estomacal e lácteo. Os principais compostos químicos a que se devem estas propriedades são o citral e o geraniol, que lhe conferem uma fragrância intensa e agradável que com que seu uso seja difundido em preparações cosméticas e em produtos de higiene pessoal.
Texto retirado daqui
Olá, Haiku! Ao fazer-te aqui hoje uma visitinha, admirei o colorido das ilustrações e detive-me na notícia do Chá de Caxinde. Estive oito dias em Luanda, há tempos, e ao pedir para ir a uma livraria foi exatamente aqui que me levaram. Acabo de descobrir muito mais! Fiquei "alfabetizada"... Já agora, obrigada e... Bom Ano!
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita e pelo comentário, Manuela Caeiro :-)))
ResponderEliminarEspero recebê-la mais vezes por aqui :-))
Um Bom Ano também, obrigada.
Vá aparecendo e deixando as suas impressões e sugestões :-))
Ao ler a "historia" da Chá de Caxinde, duas coisas me chamaram a atenção: o facto de os dois acontecimentos mais marcantes para a constituição terem sido a 28 de Janeiro, dia do meu aniversário. Outra a frase que serve de azimute à Chá de Caxinde : unir pela cultura. Lindo, forte. A cultura é a alma de um povo. Como angolana que sou de alma e coração, afastada há muitos anos da terra amada onde deixei o meu coração, vou tentando manter-me ligada às minhas raízes, ao meu sentir africano, contando as histórias da minha mãe África. É como contadora de historias, essencialmente de contos africanos, uma vez que só agora começo a ter acesso a contos angolanos, que tento manter os laços que me unem a essa terra e dou o meu pequenino contributo na divulgação da cultura da minha terra e da minha gente. Quem sabe um dia poderei estar aí, escutando e vendo o que de bom se faz nessa casa. Mito sucesso
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