segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dia Internacional da Língua Materna


Imagem daqui.

21-02-2011 11:31

Comunicação
Hoje é Dia Internacional da Língua Materna

Angop

UNESCO reconhece o papel da língua materna como vector da identidade cultural

Celebra-se hoje, 21 de Fevereiro, o Dia Internacional da Língua Materna, proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 17 de Novembro de 1999.

A data, reconhecida formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é comemorada desde Fevereiro de 2000 com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo.

Esta comemoração impulsionou,assim, os esforços dessa organização internacional para proteger as quase seis mil diferentes línguas existentes no mundo e, ao mesmo tempo, preservar a diversidade cultural.

O Conselho Geral, órgão supremo da UNESCO, reconheceu o papel que tem a língua materna, não só no desenvolvimento da criatividade, da capacidade de comunicação e na elaboração de conceitos, como também no facto de que as línguas maternas constituem o primeiro vector da identidade cultural.

Numa mensagem, por ocasião da data, a UNESCO considera que, como verdadeiros mananciais de conhecimento, as línguas também são o ponto de partida básico na busca por maior sustentabilidade no desenvolvimento e, para criar relações mais harmónicas com o meio ambiente e com as mudanças.

“As línguas maternas têm um papel fundamental em nossas vidas, pois são o meio pelo qual verbalizamos o mundo pela primeira vez, sendo as lentes pelas quais começamos a entendê-lo. O Dia Internacional da Língua Materna é o momento de reconhecer a importância destas e de nos mobilizarmos pelo plurilinguismo e pela diversidade linguística”, lê-se na mensagem.

Segundo o documento, as línguas oferecem o suporte lógico para o uso das tecnologias de informação e da comunicação que, por sua vez, representam uma nova fronteira para promover a diversidade linguística.

Acrescenta que “a UNESCO tem o compromisso de promover o plurilinguismo na Internet. Essas metas norteiam o trabalho da UNESCO com a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números”.

Este ano, a data comemora-se sob o lema “Todas as línguas têm vínculos com suas origens e seus empréstimos, mas cada língua é uma fonte única de significado para entender, escrever e expressar a realidade”.

Em Angola, o português é a única língua oficial, mas o país conta com quatro línguas reconhecidas como nacionais: o tchocué, kikongo, kimbundu , umbundu e mais outras línguas africanas e inúmeros dialectos.

O principal grupo étnico bantu é o dos Ovimbundu, que se concentra no centro-sul do país, ou seja, no Planalto Central e algumas áreas adjacentes, especialmente na faixa litoral a Oeste do Planalto Central.

Os Ovimbundu constituem hoje um pouco mais da terceira parte da população, e a sua língua, o umbundu, é a segunda língua mais falada em Angola (a seguir ao português) com quatro milhões ou mais de falantes.

Texto daqui.


Outros sites curiosos:
Saving the Incas’ Mother Tongue, Quechua

Um site Mothertongue
"Mothertongue provides culturally sensitive professional services, where people are heard with respect in their chosen language."
É uma instituição de saúde que se preocupa com a língua materna do utente. O aconselhamento pode ser feito em mais de 20 línguas. Exemplo de algumas - Hindi, Bengali, Árabe, Urdu, Português, Persa, Espanhol, Francês, Inglês.

"mother tongue" By Richard Nordquist, About.com Guide

BBC 6 de novembro de 2009 - "Bébés choram na língua materna" - Os resultados de pesquisas alemãs a cerca de 60 bebés alemães e franceses, sugerem que fetos são influenciados pelo som de primeira língua que penetra no útero.

No dicionário.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Rede WHPO formalizada na Universidade de Coimbra


Imagem daqui.

O II Encontro Internacional WHPO – World Heritage Portuguese Origin (Património Mundial de Origem Portuguesa) terminou com a assinatura de um protocolo que formaliza a constituição da Rede WHPO – rede de cooperação para o património mundial entre países com património cultural de influência portuguesa.

Foram quatro dias de trabalho, que culminaram, no passado 26 de Outubro, com a assinatura do protocolo que formaliza a Rede WHPO, o principal objectivo deste Encontro.

Raimundo Mendes da Silva, Pró-reitor da Universidade de Coimbra, destaca dois documentos fundamentais resultantes do II Encontro WHPO. Um deles é o texto base para a constituição dos estatutos da Rede, que, apesar de não ser ainda um texto formal com dimensão jurídica e administrativa, é, segundo o Pró-reitor, “um texto muito próximo do final, aprovado por estes 25 países, por unanimidade e muito entusiasmo.”

O outro documento é a “Declaração de Coimbra”, uma espécie de manifesto de intenção, “que diz o que vai na alma destes países, quando se reúnem e resolvem trabalhar em conjunto para promover o património de origem portuguesa”, explica Raimundo Mendes da Silva.

Ao longo destes quatro dias, foram realizadas conferências plenárias e mais de uma dezena de workshops, que consistiram na partilha de conhecimentos técnicos sobre intervenção em restauro e preservação do património e as suas características históricas, arquitectónicas e culturais. O programa integrava ainda uma componente social e cultural, com várias iniciativas de convívio entre os representantes dos 25 países, incluindo espectáculos alusivos à sua identidade cultural.

Ver o texto aqui.

Internacionalização da Língua Portuguesa


Imagem daqui.


O Instituto Camões (IC) vai estabelecer este ano protocolos com várias entidades do Ministério da Cultura (MC) para programas de apoio à internacionalização da cultura portuguesa, indicou a Presidente do IC, Ana Paula Laborinho, no seminário sobre ação cultural externa, que teve lugar a 5 de janeiro, em Lisboa, na sede da instituição.

Ação Cultural ExternaA responsável máxima pelo IC explicou que o objetivo é «multiplicar os pães», para que os «escassos fundos» do Instituto se possam juntar «aos do MC, dos seus diversos organismos, para programas de apoio à internacionalização».

Ver o texto aqui.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A política de identidades na sociolingüística quantitativa e na geolingüística monodimensional: o informante



... a ética, e portanto toda atividade que envolve a política, envolve escolha. E a escolha pressupõe a existência de uma escala de valores, uma hierarquia. A questão da representação é uma questão política precisamente por envolver escolha. O difícil no caso é enxergar a presença da escolha quando o assunto é a representação lingüística. A tentação é pensar que é a linguagem que represente o mundo, sendo que nós, enquanto usuários da língua, estamos inteiramente à mercê das representações que nossa linguagem nos impõe (Rajagopalan 2003: 33-34).
Documento de Maria Isabel Borges.
Ver todo o artigo aqui.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Como referência... projectos multiculturais da década de 90



Educação Multicultural - do imperativo social à ausência de políticas

Portugal multicultural

A sociedade portuguesa tem vindo a sofrer grandes transformações nos últimos anos, nomeadamente ao nível da sua composição demográfica. A abertura do país, iniciada em 1974 com a democracia e aprofundada com a adesão à comunidade europeia, trouxe até nós populações migrantes dos quatro cantos do mundo, com particular incidência da Europa e África. Só na década de 1986-96, o número de estrangeiros em Portugal aumentou 97%. Essa diversidade étnico-cultural é facilmente constatável nas escolas públicas (ou seja, nas 90% das escolas existentes), como podemos ver no quadro que se segue.


in: A Página da Educação

UMA HIPÓTESE EXPLICATIVA DO CONCTATO ENTRE O PORTUGUÊS E AS LÍNGUAS AFRICANAS


Imagem daqui.

Trabalho de Margarida Maria Taddoni Petter

Pretende-se, aqui, focalizar as formas de português faladas na África, na área não crioula, chamando atenção para o fato de que as diferentes situações de contato, em épocas diversas, mas envolvendo o português e um conjunto de línguas muito próximas, as do grupo banto, produziram alguns resultados semelhantes nos níveis fonológico, lexical e morfossintático, que nos permitem defender a existência de um continuum afro-brasileiro de português. Mesmo considerando que não existam entidades homogêneas identificáveis como “português africano”, “português moçambicano”, “português angolano” ou “português brasileiro”, a história do contato e os aspectos lingüísticos comuns a essas variedades autorizam-nos a levantar a hipótese desse continuum.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos




Imagem daqui.(...)Esta postura nem sempre traduz agressividade, está também ligada à ordem e reequilíbrio social.

(...)
Considerando a Carta da Organização da Unidade Africana, nos termos da qual, «a liberdade, a igualdade, a justiça e a dignidade são objectivos essenciais para a realização das legítimas aspirações dos povos africanos»

(...)
Conscientes do seu dever de libertar totalmente a África cujos povos continuam a lutar pela sua verdadeira independência e pela sua dignidade e comprometendo-se a eliminar o colonialismo, o neocolonialismo, o apartheid, o sionismo, as bases militares estrangeiras de agressão e quaisquer formas de discriminação, nomeadamente as que se baseiam na raça, etnia, cor, sexo, língua, religião ou opinião pública;
(...)
Artigo 2.º
Toda a pessoa tem direito ao gozo dos direitos e liberdades reconhecidos e garantidos na presente Carta, sem nenhuma distinção, nomeadamente de raça, de etnia, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer outra opinião, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
(...)
Artigo 17.º
Toda a pessoa tem direito à educação.
Toda a pessoa pode tomar livremente parte na vida cultural da Comunidade.
A promoção e a protecção da moral e dos valores tradicionais reconhecidos pela Comunidade constituem um dever do Estado no quadro da salvaguarda dos direitos do homem.
(...)
Artigo 19.º
Todos os povos são iguais; gozam da mesma dignidade e têm os mesmos direitos.
Nada pode justificar a dominação de um povo por outro.

Ler todo o documento aqui.

Linguística - livros para descarregar...


Imagem daqui.

Muitos livros digitalizados sobre linguística aqui.

Extensão ou comunicação


Imagem daqui.

Livro de PAULO FREIRE 8ªedição 1985

(...) o homem, como um ser de relações, desafiado pela natureza, a transforma com seu trabalho; ... o resultado desta transformação, que se separa do homem, constitui seu mundo. O mundo da cultura que se prolonga no qundo da história.

Este mundo exclusivo do homem, com o qual ele “enche” os espaços geográficos, é chamado por Eduardo Nicol, como vimos no capítulo anterior, de “estrutura vertical”, em relação com a “estrutura horizontal”.

A “estrutura vertical”, o mundo social e humano, não existiria como tal se não fosse um mundo de comunicabilidade fora do qual é impossível dar-se o conhecimento humano. A intersubjetividade ou a intercomunicação é a característica primordial deste mundo cultural e histórico.

Daí que a função gnosiológica não possa ficar reduzida à simples relação do sujeito cognoscente com o objeto cognoscível. Sem a relação comunicativa entre sujeitos cognoscentes em tôrno do objeto cognoscível desapareceria o ato cognoscitivo.

A relação gnosiológica, por isto mesmo, não encontra seu termo no objeto conhecido. Pela intersubjetividade, se estabelece a comunicação entre os sujeitos a propósito o objeto.

Esta é a razão pela qual, estudando as três relações constitutivas do conhecimento, a gnosiológica, a lógica e a histórica, Eduardo Nicol1 acrescenta uma quarta, fundamental, indispensável ao ato do conhecimento, que é a relação dialógica.

Não há, realmente, pensamento isolado, na medida em que não há homem isolado.

Todo ato de pensar exige um sujeito que pensa, um objeto pensado, que mediatiza o primeiro sujeito do segundo, e a comunicação entre ambos, que se dá através de signos linguísticos.

O mundo humano é, desta forma, um mundo de comunicação.


Ver todo o texto aqui.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (Barcelona 1996)



TÍTULO PRÉVIO

Conceitos

Artigo 1.º


1. Esta Declaração entende por comunidade linguística toda a sociedade humana que, radicada historicamente num determinado espaço territorial, reconhecido ou não, se identifica como povo e desenvolveu uma língua comum como meio de comunicação natural e de coesão cultural entre os seus membros. A denominação língua própria de um território refere-se ao idioma da comunidade historicamente estabelecida neste espaço.

2. Esta Declaração parte do princípio de que os direitos linguísticos são simultaneamente individuais e colectivos, e adopta como referência da plenitude dos direitos linguísticos, o caso de uma comunidade linguística histórica no respectivo espaço territorial, entendendo-se este não apenas como a área geográfica onde esta comunidade vive, mas também como um espaço social e funcional indispensável ao pleno desenvolvimento da língua. É com base nesta premissa que se podem estabelecer, em termos de uma progressão ou continuidade, os direitos que correspondem aos grupos linguísticos mencionados no ponto 5 deste artigo e os das pessoas que vivem fora do território da sua comunidade.

3. Para os efeitos desta Declaração, entende-se que se encontram no seu próprio território e pertencem a uma mesma comunidade linguística as colectividades que:

i. se encontram separadas do núcleo da sua comunidade por fronteiras políticas ou administrativas;

ii. se encontram historicamente radicadas num espaço geográfico reduzido, rodeado pelos membros de outras comunidades linguísticas; ou

iii. se encontram estabelecidas num espaço geográfico que partilham com os membros de outras comunidades linguísticas com antecedentes históricos semelhantes.

4. Para os efeitos desta Declaração, consideram-se igualmente como comunidades linguísticas no interior do seu próprio território histórico os povos nómadas nas suas áreas históricas de deslocação e os povos de fixação dispersa.

5. Esta Declaração considera como grupo linguístico toda a colectividade humana que partilhe uma mesma língua e esteja radicada no espaço territorial de outra comunidade linguística, mas não possua antecedentes históricos equivalentes, como é o caso dos imigrantes, dos refugiados, dos deportados, ou dos membros das diásporas.

Ver a declaração aqui.